Canto Coral e Socialização

Sem dúvida alguma, qualquer pessoa já deve ter visto ou ouvido algum coral em algum momento da vida, ou já ao menos ouviu falar. Outros já tiveram experiência em cantar em algum coral. Mas, na verdade, poucos sabem descrever qual é a verdadeira função de um coral. Pra quê e qual a utilidade de se cantar em um coral?

Coral é qualquer conjunto de pessoas que decidem se unir para cantar, utilizando o formato clássico de coral, que é de 4 a 6 vozes. Antes de discutirmos o tema, vamos conhecê-lo melhor para que você, leitor, esteja a par do que discutimos aqui.

Há diversos formatos de côro (definição utilizada segundo o estilo do grupo). Há grupos que se especializam em música barroca, outros em música clássica, outros em música contemporânea, mas em geral, os corais transitam por esses períodos da História, e elaboram um programa de peças que englobe todos esses períodos. O formato padrão de coral utiliza quatro classificações de vozes: soprano (voz feminina aguda), contralto (voz feminina grave), tenor (voz masculina aguda) e baixo (voz masculina grave). Há ainda outros grupos que acrescentam mezzo-soprano (voz feminina mediana) e barítono (voz masculina mediana).

Parece ser um pouco complexo vendo de um ponto de vista mais teórico, mas na prática, estas classificações dão o que chamamos de “colorido” à música.

Ao iniciar uma experiência em coral, o indivíduo precisará encarar alguns mitos que são clássicos na nossa sociedade:

- Qualquer pessoa pode cantar em coral.

- A desafinação não é um problema inato, ou seja, ninguém nasce desafinado. Ela é gerada através do não contato com música e por questões de caráter cultural.

- É preciso estar aberto para aprender com o outro.

- Aceitar-se aprender a cantar em outros estilos e idiomas. É algo muito presente no dia-a-dia de um coral.

- Respeitar seu próprio tempo. O objetivo de um coral não é criar “cantores”, mas sim, aprender a socializar-se através da música. É um exercício de convivência.

Quem se dispõe a cantar em coral, deve estar atento a esses pontos que são pertinentes na existência de um coral. A rotina de ensaios, de apresentações, de convivência com o outro, com o maestro. Lembre-se: em cada indivíduo, tem um mundo musical, que foi gerado por maior ou menos contato durante sua vida, e aquele que se propõe cantar em um coral deve saber respeitar essas diferenças.

                                              Glee Cast

Mas, agora, por que na maioria dos corais se emprega um tipo de repertório que grande parte da população não tem o “hábito” de ouvir?

Isso é papo para o próximo post. Mas uma coisa eu digo: não se faz coral sozinho, mas sempre em contato com o outro.

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Max Michel
Colunista de Música
Ipatinga, 9 de Janeiro de 2013