Dando uma olhada em minha estante e pensando: “com que livro
iniciaremos nossa coluna de Literatura de 2013?”. Eis que com esse pensamento me lembrei de uma frase assim: "NÃO ESQUECER
QUE POR ENQUANTO É TEMPO DE MORANGOS."
E então decidi que falaremos sobre A hora da Estrela. Penúltimo romance e último livro publicado em vida por nossa brilhante Clarice Lispector.
A Hora da Estrela narra à história de Macabéa, que migra para o Rio de
Janeiro tendo sua rotina narrada por um escritor fictício chamado Rodrigo.
Durante uma entrevista televisionada em fevereiro de 1977, Clarice menciona que acabara de completar um livro com “treze nomes, treze títulos”, e nota-se que se tratava do livro A Hora da Estrela, pois ela ainda acrescente que o livro é “a história de uma moça, tão pobre que só comia cachorro quente. Mas a história não é isso, é sobre uma inocência pisada, de uma miséria anônima”.
A Hora da Estrela narra as desventuras de Macabéa, moça sonhadora e
ingênua, recém-chegada do Nordeste que leva uma vida simples e sem muitas
emoções. Uma moça que tem um relacionamento vazio e ainda acaba sendo
abandonada por seu namorado, trocada pela colega de trabalho.
Ouso dizer que A Hora da Estrela é o romance mais famoso de Clarice. Chegou
a receber adaptação para o cinema.

Como era normal na época em que o livro foi escrito, Clarice trata do
tema da tuberculose, onde Macabéa sentindo dores constantes descobre que tem a
doença, mas não conta a ninguém.
Há um jogo após essa descoberta, algumas coisas inesperadas e chocantes que
acontecem de agora para frente. Mas vou deixá-los com esse gostinho de
curiosidade.
Rodrigo S. M., o narrador, constitui um dos personagens centrais. Rodrigo
identifica-se coma vida de Macabéa, mesmo quando a agride.
Macabéa tem a vida criada e narrada por Rodrigo, dessa forma temos um
texto metalinguístico, pois o nosso autor – narrador fala de sua própria obra e
busca nela e com ela conhecer-se.
O narrador termina o livro refletindo sobre um acontecimento que interfere na vida de Macabéa e na dele próprio, fechando o livro com uma frase que nunca me esqueci: “por enquanto é tempo de morangos. Sim”.
____________________________________________
Nenhum comentário:
Postar um comentário